domingo, 25 de outubro de 2009


“A gente tinha R$ 13 na conta. E 13 foi o nosso número da sorte. Sem violão, sem lugar pra ir, sem grana, a única coisa que a gente tinha era fé”, conta Victor.
Com a fé, apareceram os primeiros convites, eles gravaram o próprio CD, que foi copiado, reproduzido, pirateado e tocado nas rádios do interior.
O primeiro show foi em Uberlândia, em 2006 – depois de 14 anos de estrada. “Todos nós choramos em ver as pessoas cantando nossas músicas. A gente olhava e não acreditava. Todo mundo estava cantando ‘Fada’ e ‘Amigo apaixonado’, o CD inteiro”, lembra Leo.
Dois palcos estão em constante deslocamento pelo país. Eles fazem quatro shows por semana. A cidade de Catalão, no interior de Goiás, é o show de número 126 só este ano. Na cidade de 80 mil habitantes, 40 mil pessoas vieram ver Victor e Léo.
“Eles transmitem energias muito boas que contagia”, diz a auxiliar administrativa Cristiana, de Uberlândia. Parece o final feliz. Mas, quando tudo deu certo, Victor entrou em depressão. “É aquela questão. Quem não tem dinheiro para quase nada, acha que quando for rico vai ser feliz. Depois, você vai ver que não tem nada a ver isso. Eu fiz terapia durante um ano. Às vezes, ainda faço.
É uma forma de me ajudar”, diz Victor. “Mas eu tenho uma terapia melhor para indicar para todos: montar a cavalo”, diz Léo.
Em cima de um quarto de milha, Léo faz o que gosta: apartação.
O objetivo é separar um bezerro e impedir que ele volte a se juntar ao rebanho. O cantor tem até medalhas no esporte. E Victor acompanha, mas a sua grande paixão é outra: tocar violão.
Os irmãos dizem que quase não brigam. As desavenças eram resolvidas ao redor de um violão, tocando uma música que era um hino dos irmãos, há 14 anos. “A gente não pensava em gravar essa música, a gente a tinha como um hino de paz, de harmonia de conforto, para nós mesmos”, conta Victor.
A música é tema da novela “Paraíso”.

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